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Brasil na Fórmula 1: estudantes participam de competição de engenharia na Inglaterra
Equipes
Spark (SC), Alpha (SC), Pocadores (ES) e Swordfish (BA) se classificaram para o
F1 in Schools no Festival SESI de Robótica. Competidores constroem carros em
miniatura e fazem a gestão de uma empresa
Um dos
circuitos mais emocionantes da Fórmula 1, o de Silverstone, na Inglaterra, será
palco para outra competição, tão acirrada quanto a tradicional corrida de
automobilismo. Entre os dias 9 e 15 de julho, quem ocupa as pistas – neste
caso, de 20 metros – são estudantes de 25 países, que trabalharam meses na
criação de carros em miniatura feitos de poliuretano, que chegam a 80km/h
impulsionados por um cilindro de CO2.
É o mundial do F1 in Schools, projeto educacional da Fórmula 1 para estimular o aprendizado STEM, sigla em inglês para ciência, tecnologia, engenharia e matemática. O Brasil estará representado por quatro equipes, que se classificaram no Festival SESI de Robótica 2021:
- Spark, da
Escola SESI SENAI de Criciúma (SC);
- Alpha,
também da Escola SESI SENAI de Criciúma (SC), que competirá com a equipe
irlandesa FAF Racing;
-
Pocadores, do SESI Jardim da Penha, em Vitória (ES);
-
Swordfish, da Escola SESI Anísio Teixeira, em Vitória da Conquista (BA).
Eles vão
disputar o título de campeão mundial com outras 49 equipes de 24 países, que
puderam escolher participar de forma hibrida ou presencial.
Desenvolvimento
dos carros e gestão da escuderia estimulam competências técnicas e
socioemocionais
A
competição é para alunos de 9 a 19 anos, que formam times de três a seis
pessoas para gerenciar uma escuderia e passar por desafios reais das corridas
de Fórmula 1. Desde 2019, o SESI promove os torneios da categoria F1 in Schools
no país, junto à Associação Projetando o Futuro (APF).
Como em
qualquer empresa, é necessário assumir funções de marketing, financeiro,
negócios, além de todo o processo de projetar, modelar e testar os protótipos
de carro de F1, que exigem conhecimentos em engenharia e matemática.
VIDEO: Entenda
como funciona a competição do F1 in Schools
Os
critérios de avaliação e as premiações se dividem em: negócios e patrocínios,
design, análise de aerodinâmica, estratégia de usinagem, montagem de estande,
fiscalização dos automotivos, testes de engenharia, apresentação verbal,
julgamentos dos portifólios – empresarial e engenharia – e corrida.
Cleber José
Júnior, 43 anos, é professor e técnico das duas equipes de Santa Catarina. Para
ele, o sentimento de ver os dois times no mundial é de orgulho: “Poder
acompanhar o desenvolvimento dos meninos e vê-los representando o país a partir
do esforço deles, é gratificante. A robótica e o F1 modificam e elevam a vida
dos estudantes muito além da parte acadêmica, aperfeiçoando também a
inteligência emocional”.
Segundo
ele, os meses de trabalho são convertidos em oportunidades, seja com premiação,
conhecimento, estágio ou, até mesmo, emprego. “O logo já diz: ‘robótica muito
além dos robôs’. Mas, só quem vive o dia a dia entende o peso dessa frase. Eu
acredito que o F1 é o projeto mais completo que existe em relação ao estudo
STEM e com maior poder de transformação na vida dos jovens.”, resume Cleber.
Meses (ou
anos) de preparação
Pedro
Daminelli Lage, 19 anos, líder da equipe Spark, participa pelo segundo ano
consecutivo do mundial. No ano passado, o carro da Spark ficou entre os 10 mais
velozes do mundo. Em uma rotina de treinos diários há mais de quatro anos, o
estudante lembra que, mesmo durante a pandemia, no remoto, o ritmo não
diminuiu.
“Estamos há dois anos aguardando esse mundial presencial e, mesmo faltando poucos dias para a competição, parece ainda algo distante, porque esperamos esse momento desde a competição do ano passado”, relata o estudante. O time orgulha-se do carro, resultado de muito estudo focado nas asas traseiras e frontais.
“A técnica
de delineamento frontal é algo normalmente visto apenas em faculdades, no final
do curso. Só o fato de conseguirmos aplicar durante o Ensino Médio já é
considerado algo inovador. Fora que é um carro que passa por um processo de
evolução há quatro anos”, ressalta Pedro.
O time tem
o sonho de trazer o título de campeão mundial, mas guarda o sentimento de
missão cumprida e o prêmio de evolução pessoal, já alcançado. “Tem que ser
persistente e acreditar. Quem se dedica de coração ao projeto e se conecta às
pessoas, só cresce!”, ressalta.
Brasil e
Irlanda competem juntos
A equipe
Alpha (SC) participa do mundial junto à FAF Racing, da Irlanda. O nome da nova
equipe é Volta, formada por Victor e Arthur, do Brasil, e Darragh, Quentin,
Pearce e Fionn, da Irlanda.
Victor Bitencourt, 18 anos, engenheiro aerodinâmico da Volta, conta que a Alpha foi formada em 2020 e, de lá para cá, houve muita evolução. “Por estar em uma equipe colaborativa, tivemos um grande ganho que foi o desenvolvimento do inglês. Também lidamos com o choque de culturas. Mas, desde o primeiro momento, tivemos uma sinergia muito boa, o que ajudou muito no processo. Esperamos trazer uma colocação boa para o Brasil no mundial”.
Bahia
conectada por meio das telas
A SwordFish, formada por Gabriel de Paula, Gabriela Lemos e Ian
Kaled, diferentemente das outras equipes, vai competir de forma remota. Os
alunos passam pelos mesmos processos das equipes no presencial, mas enviam o
carrinho para avaliação dos juízes no Reino Unido.
Para Gabriel de Paula, 17 anos, poder participar do mundial é um grande reconhecimento. O estudante já concluiu o ensino médio, cursa Ciências da Computação e essa será sua última competição. Ele explica que todo o processo da robótica mudou muito sua visão de mundo.
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